DESPORTO E FOTOGRAFIA, AMBOS LIGADOS POR MOMENTOS DECISIVOS
Eu nunca fui de fazer fotografia de desporto, foram poucas as oportunidades que procurei, os meus interesses gravitam mais para os outros géneros, mas não quer dizer que não goste de a fazer.
A fotografia de desporto requer teleobjetivas mais caras, no mínimo 300mm para cima, se quisermos fotografar com a proximidade que desejamos e a fotografia tem tudo a ver com proximidade. Ser criativo neste género pode ser um grande desafio, uma vez que poderemos estar limitados por diversos factores. Além da relação proximidade/distância, temos que lidar com a restrição do espaço em que nos podemos movimentar. Se estamos juntamente com o público, que vem em massa para estes eventos, a compactação é tal que se torna difícil escolher os melhores sítios. Se estamos dentro do recinto das provas, os lugares destinados aos fotógrafos são igualmente pré-definidos e geralmente os ângulos não são os melhores e temos igualmente que competir o espaço com os outros fotógrafos.
Em alguns casos, temos que lidar com os mesmos factores meteorológicos que os concorrentes, calor, frio, vento, chuva, poeira ou lama, está tudo lá para nos dificultar a
nossa visão e, claro, testar ao limite os equipamentos fotográficos, por isso tomem algumas precauções nesse sentido, nomeadamente, sacos de proteção e panos para limpar as lentes. Mas em última instância, o resultado final vai depender imensamente destes dois fatores seguintes, a obrigação de leitura da antecipação da ação e a sorte, que dada à velocidade que os acontecimentos fluem, irá ser determinante. Para nós, a criatividade do ângulo, proximidade, antecipação e sorte, fazem a fotografia... a técnica, precisão e esforço extremo fazem o atleta! Tudo isto converge para um momento decisivo que geralmente não dura mais de um milésimo de segundo.
ESPAÇO ALFA - Artigo de Mauro Rodrigues publicado no Caderno de Artes Cultura.Sul de maio de 2015
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